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10 anos de leitura: uma década viajando entre páginas e mundos

10 anos de leitura: uma década viajando entre páginas e mundos 10 anos! Como assim já fazem dez anos que eu sou leitora? Parece que foi ontem que abri meu primeiro livro (o que me encantou) e senti aquela sensação que só quem ama ler entende ao estar prestes a atravessar uma portal para outro universo. Dez anos de palavras que me curaram, me transformaram e me ensinaram a ver o mundo com outros olhos. Foram histórias que se tornaram abrigo, personagens que viraram amigos e finais que deixaram marcas que o tempo não apaga. A leitura me mostrou que viver é muito mais do que o que cabe na realidade, é também o que mora nas páginas que ousamos abrir. É se perder em reinos mágicos, chorar por amores impossíveis, rir de diálogos que parecem escritos só pra você. É encontrar nas palavras o que muitas vezes o silêncio não consegue dizer.  A leitura conecta leitores. Você se conecta com pessoas que nunca viu, mas só pelo fato de termos lido o mesmo livro, é possível conversar como se se con...

Resenha: O Teorema Katherine - John Green

 
Resenha: O Teorema Katherine - John Green

Livro O Teorema Katherine - John Green
O Teorema Katherine - John Green
Volume único

Avaliação: ★★★★☆ (4.5/5)
Classificação: Infanto-juvenil +12
Gênero: Romance, Ficção adolescente, Literatura Estrangeira
Ano: 2014 / Páginas: 224
Editora: Intrínseca 

Não abandone este livro! Dê uma segunda chance, ou terceira, como eu fiz.

Confesso: só consegui concluir O Teorema Katherine na minha terceira tentativa. Mas ainda bem que não desisti. Embora o começo seja arrastado e o enredo pareça simples demais, John Green entrega uma história que cresce conforme a leitura avança — e que pode surpreender, sim.

Colin: o garoto dos 19 términos

A trama gira em torno de Colin Singleton, um adolescente prodígio — não confundir com “gênio”, pois essa distinção é bem importante pra ele. Ele fala vários, idiomas é obcecado por anagramas e está sempre estudando alguma coisa. E, claro, tem um padrão amoroso peculiar: ele só se apaixona por garotas chamadas Katherine. E todas (exatamente todas) terminaram com ele. A história começa logo após o fim do seu 19º relacionamento com uma Katherine, o que o joga num abismo existencial.

Uma equação sobre amores perdidos, genialidade e descobertas que não cabem nos gráficos.

Colin acabou de concluir o ensino médio e, apesar de toda a sua bagagem intelectual, sente que ainda não “fez algo grande”, não viveu de verdade. Está frustrado, sozinho e entediado da própria vida — aquela crise existencial típica de quem quer ser especial, mas se sente absolutamente comum. Nada novo no paraíso, eu diria que ele é um adolescente passando por uma crise existencial.

Uma road trip, um teorema e uma cidade no meio do nada

Na tentativa de lidar com o coração partido (e talvez encontrar o “momento eureca” da vida), Colin parte em uma viagem de carro com seu melhor amigo Hassan, um muçulmano engraçado e pé no chão que contrapõe perfeitamente o protagonista cabeça-dura.

Eles acabam parando em Gutshot, uma cidadezinha esquecida no mapa, onde o Arquiduque Francisco Ferdinando supostamente está enterrado. Lá, conhecem Lindsey, uma personagem que vai mexer nas equações emocionais de Colin.

É nesse cenário aleatório e inusitado que Colin começa a desenvolver seu ambicioso projeto: O Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines — uma fórmula matemática capaz de prever a curva de ascensão e queda de qualquer relacionamento amoroso. Loucura? Talvez. Mas é exatamente esse tipo de viagem (literal e metafórica) que dá sabor ao livro.

Reflexões além da matemática

Aos poucos, o que parecia ser apenas mais um livro sobre adolescente gênio e desilusão amorosa se revela uma história sobre autoaceitação, amadurecimento e o verdadeiro significado de deixar sua marca no mundo.

John Green, como sempre, brinca com linguagem, mescla referências históricas e literárias, e nos presenteia com muitas notas de rodapé — um recurso que pode incomodar alguns, mas que, para mim, acrescenta profundidade e curiosidade. Seus livros nunca são só entretenimento: são convites ao conhecimento.

Pontos positivos:

✔️ Estilo irreverente, leve e inteligente;

✔️ Reflexões existenciais acessíveis, sem ser clichê demais;

✔️ Muito humor (especialmente vindo de Hassan);

✔️ Notas de rodapé que instigam a curiosidade.

Pontos negativos:

❌ Início lento (muitos leitores abandonam nas primeiras páginas);

❌ Enredo parece raso se lido de forma apressada;

❌ O tal “teorema” pode parecer exagerado e um pouco forçado — mas faz parte da proposta.

O Teorema Katherine pode não ser o livro mais impactante de John Green, mas entrega personagens cativantes, uma boa dose de ironia e um toque de genialidade disfarçada em nerdice emocional. No fim, é sobre o medo de ser esquecido, sobre o desejo de ser notado, e sobre como todos, no fundo, estamos tentando entender nossos próprios padrões.

Desafio você:

Se você abandonou esse livro ou nunca deu uma chance, que tal tentar novamente? Leia até o fim do ano e depois me conta o que achou. Pode ser que, assim como Colin, você também tenha seu momento eureca.

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