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Resenha: Era Uma Vez Um Coração Partido
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Era uma Vez um Coração Partido - Stephanie Garber
Era uma vez um coração partido 1
Avaliação: ★★☆☆☆ (2)
Classificação: Young Adult, Fantasia Romântica
Ano: 2022 / Páginas: 352
Editora: Gutenberg (Edição em Português Brasileiro)
E se o "felizes para sempre" não for um destino, mas uma maldição disfarçada?
UNIVERSO & AMBIENTAÇÃO
O universo é uma mistura de fantasia com elementos de conto de fadas. A ambientação na cidade de Valenda, com sua magia e lojas de antiguidades, tem um potencial imenso, mas não é explorada em profundidade. As regras de magia são vagas, o que prejudica a coerência interna do mundo e nosso próprio entendimento de como ela funciona. As descrições são, por vezes, bonitas e sensoriais (cores vívidas, sensações).
Há também uma maldição envolvendo Arco de Valorosa (no Magnifico Norte, local para onde Evageline viaja com sua irmã) e o que ela guarda, além do que aconteceu de fato com a família Valor. De um lado temos peonagens que querem impedir que ele seja aberto a ponto de derramar sangue, e do outro tem queles que anseiam desesperadamente que ele seja aberto.
PERSONAGENS & DESENVOLVIMENTO
A protagonista, Evangeline Fox, cresceu acreditando em finais felizes e amores verdadeiros, cercada pelas lendas e magia da loja de antiguidades de seu pai. No entanto, seu mundo desaba quando o grande amor de sua vida, Luc, anuncia que vai se casar com outra, mas precisamente com sua irmã postiça.
Desesperada para mudar seu destino e impedir esse casamento, Evangeline recorre à única força poderosa o suficiente para ajudá-la: ela faz um pacto com o Príncipe de Copas, um imortal charmoso, enigmático e notoriamente perigoso Arcano que é conhecido por ter seu coração partido.
O acordo é o seguinte: em troca de sua ajuda, o Príncipe de Copas exige três beijos de Evangeline, que deverão ser dados no momento e no local que ele escolher.
A premissa inicial é explorar as consequências desse pacto. Evangeline logo descobre que negociar com um imortal é um jogo traiçoeiro, e o Príncipe de Copas deseja muito mais do que apenas beijos. Ela se vê envolvida em um plano muito maior, onde seu próprio "felizes para sempre" pode se transformar na mais linda das histórias de amor ou na mais trágica das maldições.
Evangeline, como protagonista e narradora, me frustrou infinitamente. Ela é extremamente ingênua, sempre confiando em pessoas em quem não deveria e querendo ajudar Marisol (que claramente é uma pessoa suspeita).
O Príncipe de Copas tem um charme inicial e tudo nele grita curiosidade, mas também há muitos alertas de perigo. Passamos boa parte da narrativa se perguntando se ele é de fato um vilão ou anti-herói. O passado de dele com Donatella é mencionado brevemente, mas não há muito sobre ele, esse gancho vem de Caraval, mas eu não li o livro então tudo que sei sobre ele é o que apresentado em Era Uma Vez Um Coração Parido.
Os personagens secundários como Luc, Marisol, Lala, Caos, Tiberius e Apollo, são pouco explorados funcionando como meros coadjuvantes para mover a trama, sem arcos significativos ou complexidade.
TEMA & MENSAGEM
Os temas centrais são o amor verdadeiro, o destino, a perda da inocência e as consequências de atitudes impulsivas, também aborda a inveja. A obra tenta questionar a ideia de "finais felizes" e até que ponto se deve lutar por eles.
ESTILO DE ESCRITA
O estilo de Stephanie Garber é muito descritivo, com um forte descrição sensorial (muitas referências a cores, sabores e sensações). No entanto, o ritmo é irregular. A abertura é frenetica, mas a maior parte do meio do livro é arrastada, com a protagonista divagando sobre seus sentimentos e tomando poucas ações decisivas. A leitura flui, mas não por ser dinâmica, e sim por ser leve e, em muitos trechos, superficial.
O livro é claramente direcionado para um público jovem-adulto que consome romances de fantasia com temática de contos de fadas. O propósito de entretenimento é cumprido de forma mediana, mas falha em equilibrar esse entretenimento com a profundidade que a premissa poderia ter tido.
VERDITO
A narrativa é em terceira pessoa, mas com foco profundo e limitado à protagonista, Evangeline. Esse ponto de vista intensifica a conexão com os sentimentos da personagem, mas também amplifica sua ingenuidade e a falta de informações sobre o mundo e as intenções de outros personagens, o que pode ser frustrante para o leitor. Eu não consegui me apegar a nada nesse primeiro volume. A única coisa que me segurou foi a curiosidade de saber o que tem dentro do Arco da valorosa e por que Jacks quer tanto abri-lo.
O livro não conseguiu gerar grande impacto emocional. A identificação com a protagonista é difícil devido à sua passividade. A tensão nos momentos de perigo é mínima, pois a sensação de que a protagonista será salva por intervenção externa é constante. Não há trechos marcantes ou simbólicos que permaneçam com o leitor após o fim da leitura.
A princípio a autora prometeu uma coisa, mas depois escreveu uma história bem diferente o transparece uma trama mal construída e confusa. Quero dizer, o AMOR DA VIDA DELA não era o LUC???? Ela fez um PACTO para ele não se casar com outra mulher, mas no fim ELA acaba casada com OUTRO HOMEM... Isso faz sentido?
A ideia foi boa, mas o livro não funcionou para mim. A premissa era atrativa, mas a execução foi decepcionante. O que mais me incomodou foi a passividade da protagonista e a inconsistência das regras do mundo fantástico. A sensação ao fechar o livro foi a de ter lido uma longa introdução e não ter chegado a lugar nenhum. Sem falar que eu não saberia dizer qual era a trama principal desse livro.
Mas me contem o que acharam desse primeiro volume? Não esqueçam de conferir a resenha dos outros volumes.
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