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Resenha: Promessas Vazias - Lexi Ryan

Promessas Vazias Série: As Terras de Thalyria #2 (spin-off de These Hollow Vows) Avaliação: ★★☆☆☆ (2/5) Classificação: jovem adulto Gênero: Fantasia, Romance, Ficção Ano: 2022 / Páginas: 336 Editora: Planeta Minotauro Amor, poder e traição — quando as promessas se tornam apenas palavras vazias, o coração paga o preço. Promessas Vazias apresenta uma premissa instigante: Brie , uma jovem humana que odeia os feéricos , precisa se infiltrar em suas cortes para salvar a irmã mais nova . A ideia mistura elementos de fantasia sombria, política feérica e triângulo amoroso, ingredientes que prometem uma leitura envolvente. No entanto, a execução não acompanha o potencial da trama. O livro começa bem, com ritmo ágil e um toque de mistério, mas logo se perde em repetições, explicações superficiais e um desenvolvimento que soa apressado. A história tenta equilibrar romance e aventura, mas ambos os lados ficam pela metade, nada é realmente aprofundado. O que torna a leitura lenta e frustrante....

Resenha: Aurora das Aberrações – Vinícius Canabarro

 

Resenha: Aurora das Aberrações – Vinícius Canabarro

Livro: Aurora das Aberrações de Vinícius Canabarro

Aurora das Aberrações – Vinícius Canabarro

Volume único
Avaliação: ★★★★★ (5)
Classificação: +16
Gênero: Distopia / Ficção
Ano: 2020 / Páginas: 172 
Editora: Publicação Independente

O autor Vinícius Canabarro apresenta uma distopia que se passa na Zona Norte Carioca, com personagens sem nomes, narrativa sem dialogo, muitos gatilhos e críticas sociais. Você está preparado para encarar o pior da humanidade em um cenário onde a monstruosidade externa é apenas reflexo do que há por dentro?

INTRODUÇÃO DO ENREDO

Em uma Zona Norte Carioca devastada por um surto inexplicável, pessoas começam a sofrer mutações grotescas, transformando-se em aberrações físicas os chamados "mutantes". Perseguidos pela milícia e obrigados a se refugiar num esgoto subterrâneo, esses seres são tudo que resta da humanidade marginalizada, esquecida e violentada por um sistema brutal.

Entre eles, conhecemos personagens identificados apenas por suas funções sociais ou pecados: o segurança (rejeitado pela esposa), o padre (viciado em cocaína e pedófilo), a universitária (abandonada por sua família), o assassino do antigo padre (sofre de depressão após presenciar o suicídio do tio e é viciado em uma droga misteriosa), o traficante, o rapaz do CEDAE e a psicóloga (narcisista, doente por poder). Cada um com uma bagagem emocional complexa e perturbadora. Cada um carrega traços profundos que provocam no leitor repulsa, empatia ou desconforto.

RESENHA CRÍTICA

O livro levanta uma crítica afiada e brutal sobre a hipocrisia social, a manipulação política e o medo do diferente. Ao retratar um mundo em colapso, Canabarro discute como a intolerância, o autoritarismo, dificuldade ou a incapacidade de a sociedade de lidar com as diferenças, e a cegueira coletiva podem corroer o tecido humano e nos transformar nos verdadeiros monstros.

"Basta o mínimo de contato com o desconhecido ou a quebra do status quo para colocarmos para fora tudo o que temos de pior." 

Isso me surpreendeu pela tamanha veracidade, nós não sabemos  lidar com o desconhecido e a prova disso é como o mundo lidou inicialmente com a pandemia do Covid-19. 

A primeira coisa que fizemos foi acusar a China de espalhar o vírus no mundo quando nossos aeroportos estavam escancarados, quando permitiram o Carnaval  mesmo sabendo que o vírus já se alastrava em outros países. Enquanto isso, nossos líderes estão sentados nas suas poltronas achoadas nos assistindo definhar. Lembrem-se, fomos nós que os colocamos lá. Vinícius frisa uma frase varias vezes e eu repito: 

[...] os salvadores da pátria surgem nos momentos mais penosos. NÃO CONFIE NELES! [...] desconfie daqueles que se acham especiais ou, ao menos, mais do que os outros. NÃO CONFIE NELES TAMPOUCO!

A sociedade é hipócrita, ignorante e parece gostar de permanecer assim. Desta forma ficamos vulneráveis a revidar, se for preciso. Por isso que aqueles que nos governa nos empurram para o penhasco da ignorância, querem nos deixar no escuro e fracos para nos manipular. Não é uma verdade absoluta, mas quem esta no poder aprende a apreciar o poder e depois é só isso que o individuo deseja, inclusive vemos esse processo no arco da psicóloga.

Quando a psicóloga assume o governo impondo o autoritarismo e sua tirania a primeira coisa que me veio a mente foi a imagem de Hitler e o nazismo, isso me deu medo, porque parecia real. Já foi real. Pode se tornar real outra vez, esse é o cenário de um mundo diatópico... As coisas que ela fazia me deixou perturbada.

✔️Pontos positivos:

  • Narrativa intensa, que prende do início ao fim;
  • Ambientação bem construída e opressora;
  • Crítica social profunda e corajosa;
  • Construção de personagens complexos e simbólicos;
  • Escrita fluida e impactante.

❌Pontos negativos:

  • A ausência de diálogos pode dificultar a leitura para alguns leitores;
  • A origem do surto é pouco explicada, o que pode frustrar leitores que buscam respostas mais concretas.

ESTILO DE ESCRITA

Canabarro opta por uma escrita densa, quase claustrofóbica, com ausência de diálogos e um fluxo narrativo contínuo, que aprisiona o leitor dentro da mente das personagens. A escolha é ousada, e funciona muito bem para provocar desconforto e imersão.

CRÍTICA PESSOAL (EXPECTATIVA VS REALIDADE)

Há muitos gatilhos no livro, devo avisar. Alguns vão passar e você vai conseguir contornar, mas tem outros que vão chocar e impactar, então tome cuidado. Tem cenas de consumo de álcool e drogas, morte, violência, abuso (físico e mental), pedofilia, etc. Nem tudo é totalmente explícito, mas pode provocar um impacto negativo, uma experiência indesejada. Foi o que aconteceu comigo, eu não estava preparada para umas três cenas, mesmo não tendo muitos detalhes sou uma leitora, por isso, consigo imaginar e ampliar o que não esta sendo contado e isso me chocou um pouco no momento.

Eu não esperava nada disso. A proposta da leitura me parecia distante do que costumo consumir, mas o impacto foi imediato. Fiquei presa à narrativa. A experiência foi imersiva, dolorosa e perturbadora, e ainda assim, inesquecível. Não esperava reflexões tão potentes. Algumas cenas me chocaram de verdade, talvez por não estar preparada emocionalmente. Mas talvez isso seja mérito do autor.

Recomendo para leitores que buscam algo fora do convencional, que estejam prontos para encarar temas espinhosos como intolerância, corrupção, abuso e decadência moral. Não é uma leitura leve nem agradável, é provocadora, intensa e necessária.

 Gatilhos: violência, abuso físico e psicológico, pedofilia, consumo de drogas, linguagem pesada, distúrbios mentais.

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