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Resenha: A Hipótese do Amor – Ali Hazelwood
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A Hipótese do Amor – Ali Hazelwood
Volume únicoAvaliação: ★★★★★ (5) Classificação indicativa: +18Gênero: Romance | Ficção | New AdultAno: 2022 | Páginas: 336Editora: ArqueiroAdaptação cinematográfica em produção.
Você acredita que o amor pode florescer entre tubos de ensaio, teorias científicas e um relacionamento falso?
Poucos livros me conquistam logo nas primeiras páginas, e A Hipótese do Amor foi um desses encontros raros. Desde a primeira cena, marcada por um toque de comédia romântica e constrangimento cômico (mas só é divertido porque não é com a gente hein), fui arrebatada por uma narrativa que aquece o coração sem abrir mão da leveza.
PROTAGONISTAS & DESENVILVIMENTO
A protagonista, Olive, é uma jovem cientista cativante: divertida, carismática, inteligente e completamente humana.
Como alguém que vive o ambiente universitário, atualmente cursando minha segunda graduação, não pude evitar um sorriso ou tique nervoso com cada cena ambientada nos corredores, laboratórios e bancadas.
Apesar da leveza e do tom cômico em muitas cenas, o livro aborda temas relevantes como a solidão na vida acadêmica, o machismo estrutural nas carreiras científicas e o desafio de manter a autenticidade em ambientes competitivos. A narrativa também questiona o que é "provar" amor: ele precisa ser lógico? Precisa de evidências?
Confesso que levei um susto no início. Um beijo aleatório num desconhecido no corredor? (bom, tecnicamente o único cara no corredor). Pensei: Quê isso?! Li alguma coisa errada! Mas a explicação vem logo depois, e a trama desliza com naturalidade para um clichê bem conhecido: o namoro de mentira.
E é aí que entra o irresistível Adam Carlsen. O típico professor carrancudo com um coração de pedra, que quebra o estereótipo à medida que se mostra gentil e respeitoso. Ele é sarcástico, reservado, misterioso e surpreendentemente doce quando ninguém está olhando.
A química entre ele e Olive é notória, com diálogos afiados e tensão crescente. É impossível não torcer por esses dois, cada interação é uma faísca, cada cena é um deleite.
Os personagens secundários — como Ahn, Malcolm e Jeremy — têm personalidade e presença, ainda que nem todos sejam totalmente desenvolvidos.
Olive, Ahn, Malcon, Jeramy e o ícone Adam Carlsen podiam ser reais e eu não ia reclamar.
Esse romance tem uns clichês que todo mundo ama, ahh vai, vocês vão gostar! Tem um fake dark bem marcado e você percebe muito isso nas cenas de interação entre Olive e Adam. Gente, esses dois passam por caca uma com essa historia de "namoro falso".
O puro entretenimento.
Ali Hazelwood, que também é cientista, traz uma representação realista do mundo da pesquisa e da pós-graduação, ainda que em certos momentos isso perca espaço para o romance.
Claro, o livro tem seus tropeços. O mais notável, para mim, foi a falta de desenvolvimento da parte acadêmica após o início do romance. A tese de Olive, que deveria ser uma tensão importante na narrativa, acaba ficando em segundo plano, quase esquecida.
Senti falta de um desfecho mais sólido nesse aspecto, especialmente considerando o quanto a autora se apoia no ambiente universitário para construir sua ambientação.
ESTILO DE ESCRITA
A escrita de Hazelwood é divertida e acessível. O que me surpreendeu, ela é uma cientista, mas não é formal ou técnica com sua narrativa.
Os diálogos são envolventes, as cenas românticas têm a dose certa de tensão, e os capítulos fluem com naturalidade. Mesmo os clichês são trabalhados de forma carismática.
Quando comecei A Hipótese do Amor, esperava um romance ambientado na universidade estilo John Green, algo meio nerd. Mas o que encontrei foi um livro que, além de me fazer rir alto, também me provocou reflexões sobre o espaço das mulheres na ciência, sobre autoimagem e sobre como o afeto pode ser construído em meio ao caos.
A cena do beijo aleatório, que a princípio parece absurda, se transforma em uma excelente abertura para o desenrolar de uma das relações mais cativantes que já li. Adam Carlsen entrou para minha lista de personagens masculinos preferidos, e honestamente? Queria um desses no meu campus.
VEREDITO
Sim, A Hipótese do Amor vale a leitura, e muito! É o tipo de romance que a gente lê com um sorriso bobo no rosto. Indico especialmente para quem ama romances modernos com pitadas de humor nerd, protagonistas carismáticos e clichês bem trabalhados.
Leitores que já viveram a experiência da universidade vão se identificar com muitos momentos da trama, enquanto os fãs de romance vão se deliciar com as reviravoltas, os encontros desastrosos e os gestos silenciosos de afeto.
Gatilhos: leve menção a luto e experiências de isolamento emocional.
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