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Amor(es) Verdadeiro(s) – Taylor Jenkins Reid
Volume únicoAvaliação: ★★★★★ (5)Classificação: Jovem AdultoGênero: Romance, Ficção, YAAno: 2020 / Páginas: 298+Editora: Paralela
Você seria capaz de escolher entre dois grandes amores? Quando o passado volta dos mortos (literalmente) o coração sabe o que fazer? Ou o amor precisa reaprender a sentir?
Emma Blair parecia ter encontrado o seu “felizes para sempre” ao se casar com Jesse, seu namorado do ensino médio. Jovens, aventureiros e apaixonados, os dois vivem uma vida nômade, sem amarras, colecionando carimbos no passaporte e memórias inesquecíveis. Até que, no aniversário de um ano de casamento, Jesse desaparece durante um voo sobre o oceano Pacífico.
Devastada, Emma retorna à sua cidade natal, em Massachusetts, e passa anos tentando reconstruir os pedaços de si. É aí que reencontra Sam, um amigo antigo que, com delicadeza e constância, lhe mostra ser, sim, possível se apaixonar novamente... Quando estão noivos, uma notícia abala seu mundo: Jesse foi encontrado. Vivo. E pronto para retomar a vida com a esposa.
Agora, com um marido e um noivo, Emma precisa descobrir quem ela é e o que quer, enquanto tenta proteger todos que ama.
RESENHA CRÍTICA
Ninguém gostaria de estar na pele de Emma, fato. Já imaginou amar uma pessoa e perdê-la de uma forma que não lhe permita uma despedida? Me lembro de uma frase de Jogos Vorazes que ficou muito marcada em mim e que encaixa nesse contexto da Emma, ela diz:
"É a pior tortura do mundo. Esperar, quando se sabe que não pode fazer nada."
É agonizante. Jesse está desaparecido no oceano e Emma não sabe como se sentir. Tem esperança que esteja vivo e espera que consiga encontrá-lo, mas não pode fazer nada a não ser esperar (ou surtar no telhado, o que é compreensível).
O enredo foi dividido em um prólogo e 5 partes em que vemos pedaços da vida da Emma Blair, conseguimos acompanhar seus interesses, paixões, sonhos, realizações, sua perda e luto, amadurecimento, sua superação e sua decisão.
Depois de muito tempo se sentindo sufocada pela dor, Emma consegue respirar. Ela dá passos pequenos mas muito significativos.
Ela aceita seguir em frente e nesse processo escreve uma carta para Jesse, era como se ela tirasse o peso das costas e a culpasse por amar de novo. Contudo, agora noiva de Sam, seu amigo que retornou para sua vida e também o homem que ajudou-a a enfrentar esse pesar, ela nem consegue imaginar como as coisas vão ficar confusas e surreais.
Na noite do aniversário do seu pai ela recebe uma ligação do Havaí, e quem está do outro lado da linha é seu marido, que supostamente estava morto a mais de dois anos.
Eu não sei como reagiria a uma notícia dessa... Mas provavelmente ficaria tão confusa e perdida quando Emma. Ela precisa tomar uma decisão que não será fácil, mas ao mesmo tempo ela já tem a resposta, só precisa de uma confirmação. Quem ela vai escolher?
PERSONAGENS
Emma é uma protagonista sensível e realista. Seu amadurecimento ao longo da narrativa é notório, e acompanhá-la em seu dilema é angustiante e inspirador.
Jesse, por outro lado, simboliza a nostalgia e a dor de um passado que não volta mais. Já Sam... Sam é o tipo de personagem que você quer guardar no coração: íntegro, paciente e humano. Sua dor silenciosa, sua compreensão e amor incondicional elevam o peso emocional da história.
Mesmo tento sua própria parcela de sofrimento nessa narrativa Sam teve uma atitude de um homem que ama de verdade. O que ele fez por Emma não é nada fácil e tenho certeza que muitos não teriam pensado da mesma forma que ele.
Eu fiquei muito triste com a situação dele, pois ele chegou primeiro, conquistou depois e ainda corre o risco de ser abandonado pela pessoa que ama desde a adolescência. Chorei com ele.
Sam é o tipo de homem que você não deve abandonar.
A volta de Jesse foi um assombro no início, mas quando Emma decide passar um tempo com ele a sós, eles ficam num ciclo de ficar lembrando do passado e do que viveram, mas não parecem estar no presente. Esses anos separados, as coisas viveram e enfrentaram mudou quem eles são agora, e por mais que eles tentem não é a mesma coisa.
Quanto mais você lê mais desesperado você fica para que eles vejam que não são mais o mesmo casal da Califórnia e que parem de se enganar. E aos poucos Emma se dá conta disso, eles têm uma conversa muito sincera e pacífica que decide o rumo do futuro deles.
Devo frisar que uma das coisas que amo nesse livro é como os personagem lidam com os conflitos, com maturidade.
Emma é uma mulher corajosa e que ousa amar de novo.
Jesse é um homem corajoso e que lutou pela própria vida com as habilidades que desprezava.
Algo que me chamou a minha atenção foi a ausência de uma abordagem terapêutica para os personagens (em especial, Jesse), ou qualquer menção de ajuda psicológica.
Jesse provavelmente recebeu essa ajuda quando foi resgatado (subentendo), mas não teve menção em nenhum momento. Contudo que ele passou acredito ser necessário o acompanhado por um profissional para ajudá-lo no processo de readaptação, de superação e entender as coisas que ele sente ou pensa (inclusive passei a gostar menos dele por causa de algumas atitudes egoístas).
Emma também, acho que lidar com tudo que estava acontecendo sozinha foi caótico. Mas que bom que no fim ela conseguiu entender o que sentia, só não sei se foi o melhor caminho para descobrir.
Mas, calma aí! A história não é apenas sobre amores românticos, é sobre amor de família também. Emma e sua irmã, Marie, não são muito próximas e as circunstâncias vão uni-las de uma forma linda, bem que os pais delas avisaram. Vamos ver uma relação de ódio e amor com os livros, o amor ganha, ainda bem!
O livro acerta em cheio no coração. Aborda o luto e o amor com maturidade, emociona sem apelar para o melodrama. É uma leitura sensível, que nos faz questionar nossos próprios vínculos e o que faríamos em uma situação tão extrema quanto a de Emma.
ESTILO DE ESCRITA
Taylor Jenkins Reid tem um estilo acessível, envolvente e carregado de emoção. Sua escrita é delicada, sem deixar de ser potente. Ela sabe conduzir diálogos sinceros e criar cenas que nos desarmam emocionalmente.
VEREDITO
Confesso que não esperava me envolver tanto. Taylor Jenkins Reid me surpreendeu com a sensibilidade da escrita e a forma como trata a dualidade do amor. Esperava um triângulo amoroso comum, mas encontrei uma história sobre o crescimento individual, sobre aprender a se reconhecer depois da perda, e sobre saber escolher, mesmo que a escolha doa.
Me emocionei com Sam, chorei com Emma, e me frustrei com Jesse. E, mesmo assim, entendi cada um deles.
Amor(es) Verdadeiro(s) é um romance que vai além do clichê. É para quem busca histórias com sentimento, profundidade e dilemas reais. Recomendo para leitores que gostam de tramas emotivas, com personagens bem construídos e escolhas difíceis.
⚠️ Gatilhos: Pode despertar gatilhos relacionados à perda, luto e abandono.
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