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Resenha: Promessas Vazias - Lexi Ryan

Promessas Vazias Série: As Terras de Thalyria #2 (spin-off de These Hollow Vows) Avaliação: ★★☆☆☆ (2/5) Classificação: jovem adulto Gênero: Fantasia, Romance, Ficção Ano: 2022 / Páginas: 336 Editora: Planeta Minotauro Amor, poder e traição — quando as promessas se tornam apenas palavras vazias, o coração paga o preço. Promessas Vazias apresenta uma premissa instigante: Brie , uma jovem humana que odeia os feéricos , precisa se infiltrar em suas cortes para salvar a irmã mais nova . A ideia mistura elementos de fantasia sombria, política feérica e triângulo amoroso, ingredientes que prometem uma leitura envolvente. No entanto, a execução não acompanha o potencial da trama. O livro começa bem, com ritmo ágil e um toque de mistério, mas logo se perde em repetições, explicações superficiais e um desenvolvimento que soa apressado. A história tenta equilibrar romance e aventura, mas ambos os lados ficam pela metade, nada é realmente aprofundado. O que torna a leitura lenta e frustrante....

Resenha: Dance of Thieves - Mary E. Perarson

 

Resenha: Dance of Thieves - Mary E. Perarson

Livro: Dance of Thieves - Mary E. Perarson
Dance of Thieves - Mary E. Perarson

Dinastia de Ladrões 1
Avaliação: ★★★★★ (5/5); favorito ♥️
Classificação: Jovem adulto +14
Gênero: Ficção / Literatura Estrangeira / Romance / Fantasia 
Ano: 2018 / Páginas: 512
Editora: DarkSide Books 

O que acontece quando uma ladra da guarda real e o herdeiro de um império são acorrentados um ao outro? Bem-vindo ao jogo de poder, segredos e sedução que é Dance of Thieves.

ENREDO E ESTRUTURA

Após a morte do patriarca da família Ballenger, Jase assume o título de Patrei e precisa equilibrar poder, lealdade e política em um reino semi-independente (citado no livro como Torre da Vigilia de Tor, Boca do Inferno e a Arena). Sua trajetória se cruza com a de Kazimyrah (Kazi), uma Rahtan enviada pela rainha de Venda para investigar infrações aos tratados vigentes. Um incidente leva os dois a serem acorrentados, literalmente, iniciando uma jornada de sobrevivência, tensão e descobertas mútuas.

A narrativa tem estrutura linear, mas com uso de múltiplos pontos de vista (Jase e Kazi), o que nos permite acompanhar os eventos por ângulos distintos. Os capítulos iniciais constroem bem o cenário e a relação entre os protagonistas, e embora o final seja corrido, há reviravoltas e revelações marcantes, especialmente no último capítulo.

PERSONAGENS & DESENVOLVIMENTO

Como novo líder, Jase enfrentara divergência políticas com a rainha de Venda, além de tratar de demandas do próprio reino. Mas seu primeiro ato como Patrei foi ir ao bar beber com seus irmãos. Em um leve estado de embriagues ele decide confrontar um trio de Rahtans (a guarda da rainha) que estavam fazendo perguntas aos cidadãos da Boca do Inferno, é neste momento que ele é surpreendido sendo posto contra a parede e com uma faca na garganta. 

A Rahtan que segura o punhal é a Kazimyrah, uma ladra que cresceu nas ruas de Venda e sobreviveu com inteligência e agilidade. Agora faz parte dos Rahtans e é enviada para investigar transgressões e violações de tratados vigentes junto a Synové e Wren, outras duas soldadas da guarda real. Mas devido a alguns eventos inesperados, Kazi acabara acorrentada a Jase, culminando na interrupção da sua missão.

A dinâmica entre Kazi e Jase é incrível, pois eles não amigos, mas também não são exatamente inimigos. São como rivais que estão procurando uma forma de sobreviver enquanto suas vidas depende um do outro, e ao mesmo tempo estão aprendendo, sondando e maquinando suas respetivas formas de sair dessa situação com a maior vantagem.

Kazi e Jase são protagonistas complexos, com profundidade emocional e arcos de transformação consistentes. 

Kazi, marcada por um passado traumático provocado pelas barbaridades da guerra e da extrema pobreza, ela movida por um desejo de justiça (ou vingança), é ágil, estratégica e espirituosa, além de esconder segredos e fragilidades que tornam sua jornada ainda mais cativante. Ah, e ela adoa contar charadas. 

Jase, por outro lado, é um líder jovem, impetuoso, às vezes ingênuo, mas genuinamente preocupado com sua família e povo.

As personagens secundárias também se destacam. Synové e Wren, companheiras Rahtan, têm passados tão densos quanto Kazi e são construídas com cuidado. 

A família Ballenger foge do estereótipo de “vilões de poder”, apresentando-se como leais, unidos e emocionalmente acessíveis, tornando a tensão narrativa ainda mais complexa. A família é grande e muito solidários, Kazi ira se afeiçoa a eles de uma forma que chega a doer, pois ela sabe e nós sabermos, quando chegar a hora, quando ela cumprir sua missão ela os deixará.

A rainha de Venda que foi mencionada no livro é apresentada nos momentos finais, e posso afirma que me surpreendi com a gentileza dela.

O livro provoca uma montanha-russa de emoções: tensão, empatia, raiva, ternura e ansiedade pelo futuro dos personagens. A relação entre Kazi e Jase, a dor contida nas histórias de Synové e Wren, e a conexão inesperada com a família Ballenger deixam marcas emocionais profundas.

A última cena é um verdadeiro gancho emocional: uma revelação que explode como uma bomba, deixando o leitor ávido pela continuação.

UNIVERSO E AMBIENTAÇÃO

O cenário mistura elementos quase medievais com estruturas de poder próprias, como a Torre da Vigília, a Boca do Inferno e a Arena. Apesar de se tratar de um universo fictício, há uma sensação realista nas dinâmicas sociais e políticas.

Há uma leve presença de fantasia (quase adormecida), Kazi chega a explicar que os deuses os abandonaram e que a magia estava morta. No entanto alguns vendanos conseguem ver fantasmas, ouvi-los e até mesmo senti-los. Kazi os ouve em vários momentos, ela também é chamada de Executora de Sombras por conseguir sair de um local sem ser percebida, isso é muito interessante e explicaria o fato de ela não ser pega roubando em algumas situações. Essa pode ser uma manifestação de magia.

A ambientação é eficiente, evocando o clima de tensão e mistério. Há descrições sensoriais que ajudam a imergir no cenário, embora a fantasia mais explícita permaneça em segundo plano neste volume.

TEMA

A obra discute temas como identidade, dever, perda, lealdade, justiça e superação de traumas. Também há espaço para o romance, que, embora central, não ofusca as demais camadas da narrativa. Kazi busca entender quem é fora da dor; Jase tenta encontrar equilíbrio entre poder e humanidade.

A mensagem por trás dessa obra pode ser:

"ninguém é definido apenas pelo seu passado — mas pelo que escolhe fazer com ele."

ESTILO & ESCRITA

Mary E. Pearson possui um estilo direto, com narrativa fluida, personagens bem marcados e diálogos fortes. As charadas que Kazi conta adicionam charme e simbolismo à narrativa.

A autora dosa bem a descrição e a ação, mantendo o ritmo envolvente. A escrita é elegante, acessível e emocionalmente carregada.

NARRATIVA

A narrativa alterna entre dois pontos de vista em primeira pessoa: Kazi e Jase. Essa escolha oferece intimidade e complexidade, pois o leitor conhece tanto as intenções quanto as dúvidas de ambos os lados. Isso contribui para que o leitor compreenda os conflitos internos dos personagens, e também antecipe os choques entre eles.

Ambos são narradores confiáveis em suas próprias perspectivas, mas há espaço para surpresas e leituras ambíguas de eventos.

RITMO & CONCLUSÃO

A leitura é envolvente e com ritmo crescente. Os primeiros 17 capítulos estabelecem a relação entre os protagonistas com profundidade emocional, enquanto o meio do livro equilibra ação e desenvolvimento de personagens secundários. 

O final, por outro lado, é corrigido demais, o que pode prejudicar a intensidade de certos eventos. Não sei se foi proposital ou se essa não era a intenção. Se foi planejado assim essa é uma das minha poucas criticas negativa dessa resenha. 

Apesar disso, a fluidez da escrita mantém o leitor preso à história até a última página.

Todo livro tem um antagonista, mesmo que não seja necessariamente um personagem, acredito que nesse primeiro volume ocorreu de o antagonista ser a própria missão da Kazi, pois você fica procurando algo ou alguém a qual temer, você duvida de vários, mas o vilão não aparece. 

O que me leva a crer que o maior desafio da Kazi era concluir a missão, encontrar um meio de se libertar dos traumas e da sede de vingança, e ainda se permitir amar e ser amada. No fim das contas esse é um livro com foco no romance.

Acredito que o verdadeiro vilão da história nos será apresentado na sequência. Principalmente com o que ocorre no ultimo capítulo. A Mary não nos deixou nem respirar e suspira com os últimos acontecimentos, ela simplesmente jogou uma bomba e correu. E nós que lute para não se explodir de curiosidade. 

O que vai ser dos Ballenger, da Kazi, Wren e Synové depois desse final? Estou preocupada com eles... Quem é o antagonista, ele é alguém próximo a família? Que segredos continha os papeis que Kazi deve destruir? Ainda tem algumas coisas que ficaram em aberto e possivelmente serão reveladas na sequência.

VEREDITO

Apesar de usar elementos conhecidos (romance com rivais, missões secretas, reinos em conflito), Dance of Thieves renova o gênero ao investir em personagens femininas fortes e uma tensão política crível. O romance é desenvolvido com complexidade e cuidado, sem cair em clichês apressados. A presença sutil da fantasia também adiciona um tom misterioso e instigante.

O livro é um spin-off de The Kiss of Deception, ambientado no mesmo universo. Embora funcione de forma independente, quem conhece a trilogia original encontrará referências e participações especiais (como a da rainha de Venda) que enriquecem a experiência.

Há também uma camada simbólica interessante: a luta de Kazi contra os próprios fantasmas (reais e figurativos) como metáfora da cura de traumas.

Dance of Thieves me prendeu do início ao fim. Fiquei cativada pela química entre Kazi e Jase, pela força das Rahtans e pela humanidade da família Ballenger. A conexão entre os personagens me emocionou, e mesmo o ritmo final apressado não ofuscou o impacto geral da leitura.

Recomendo fortemente para quem ama romances com tensão moral, personagens femininas potentes e uma pitada de fantasia política. E sim, estou preocupada com o que vai acontecer com esses personagens no próximo volume. A autora soube terminar com maestria: deixando o coração apertado e a mente em ebulição.

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