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Resenha: Casa de Chama e Sombra - Sarah J. Maas
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Casa de Chama e Sombra - Sarah J. Maas
Crescent City 3
Avaliação: ★★★☆☆ (3/5)
Classificação: +18
Gênero: Fantasia urbana adulta, com romance, mistério e ação
Ano: 2024 / Páginas: 936
Editora: Galera Record
🚨Esta resenha contém spoilers dos livros anteriores da trilogia Crescent City.
Em Casa de Chama e Sombra, Sarah J. Maas encerra a trilogia Crescent City com uma narrativa repleta de reviravoltas, batalhas cósmicas e revelações explosivas. Bryce Quinlan, agora ciente de seu verdadeiro poder e legado, precisa unir forças com aliados improváveis, incluindo personagens icônicos de ACOTAR, para derrotar os Asteri de uma vez por todas.
Logo nas primeiras páginas, somos arremessados ao coração da tensão. Após os eventos de Casas de Céu e Sopro, Hunt, Baxian e Ruhn são capturados e submetidos a torturas brutais nos calabouços dos Asteri. Enquanto isso, Bryce, em uma tentativa desesperada de buscar ajuda, atravessa um portal rumo ao Inferno… mas acaba em Prythian! Sim, você não leu errado: o tão sonhado crossover entre Crescent City e ACOTAR finalmente aconteceu — e não poderia ser mais eletrizante. Ver Bryce interagir com Azriel, Rhysand e a Corte dos Sonhos é puro êxtase para qualquer fã da SJM.
PERSONAGENS & DESENVOLVIMENTO
Neste volume, a narrativa é mais equilibrada, com descobertas e ação desde o início.
Bryce mergulha nos segredos da verdadeira história de Theia e sua própria origem, enquanto busca uma forma de voltar para casa, para Hunt, amigos e família.
Hunt, Baxian e Ruhn lutam para manter a sanidade.
Lídia, a Corça, e também a misteriosa Daybright, arquiteta um ousado plano de resgate antes que seja tarde.
Ithan tinha potencial, mas 80% do seu tempo é desperdiçado em uma trama repetitiva envolvendo Sigrid, uma personagem irritante e descartável. Ele planeja substituir Sabine por Sigrid sem questionar se ela realmente é adequada ao cargo.
Ao desistir de ajudar no resgate para reparar um erro, imaginei um desfecho marcante — mas isso não se concretiza. O destaque fica apenas para seus momentos ao lado de Jesiba. Seu destino final é interessante, mas a trajetória até lá é lenta e, muitas vezes, frustrante. Faltou explorar mais a relação dele com a alcateia e com Perry. Ithan segue repetindo padrões do volume anterior, sem ganhar autoconfiança.
Jesiba, sempre intrigante, finalmente revela sua verdadeira origem e explica por que possui tantos artefatos proibidos — um ponto que adiciona camadas à trama.
Tharion, o tritão galante, mestre em se meter em confusão, desperta expectativas de amadurecimento. Ele toma decisões que variam entre precipitadas, corajosas e inteligentes, mas o casamento com Sathia soa deslocado. No fim, ela parte para salvar o ex da Rainha Víbora; Tharion vai atrás dela, encontra Ariadne… e nada mais acontece. Resta a dúvida se haverá continuação para ele, especialmente considerando que ainda falta um livro sobre a Casa das Muitas Águas.
Ruhn brilha neste volume, apesar de alguns comportamentos excêntricos. Ele e Lídia formam o casal mais cativante da trilogia: química intensa, sacrifícios mútuos e romance proibido entre príncipe e espiã. O único ponto estranho é Lídia ter filhos — algo que parece desnecessário, mas serve como gatilho para sua mudança de lado. Ainda assim, Sarah poderia ter encontrado uma solução mais criativa.
E por fim Bryce e Hunt, o casal principal. Eles tem química e são fofos, mas não sei como expressar que falta algo neles. Quem leu minhas outras resenhas sabe que não sou fã da Bryce, mas é inegavel que sua determinação, coragem e sacrifício foram essenciais para tudo dar certo. Sem ela, nada teria acontecido. E Hunt ao seu lado dando todo o apoio foi fundamental.
Bryce finalmente assume seu papel como herdeira do poder das Estrelas, e sua evolução de uma protagonista rebelde para uma líder estratégica é bem-executada. Hunt, por outro lado, lida com seu passado sombrio, descobrimos coisas bem interessantes sobre a origem.
A participação de personagens de outros universos da SJM — como Rhysand, Azriel e Nesta — não é forçada. Pelo contrário: encaixa-se organicamente no conflito contra os Asteri em Prythian, revelando que eles já estiveram lá, assim como Theia e suas filhas.
A Guerra Contra os Asteri
O planejamento da resistência é detalhado e leva tempo para reunir um exército, mas o confronto final decepciona.
Os Asteri, apresentados como ameaças cósmicas, caem de forma surpreendentemente fácil. O mesmo acontece com os Príncipes do Inferno, que poderiam ter tido mais destaque. Apesar disso, há bons momentos, inclusive com Jesiba ajudando. O conflito é contra a tirania, mas a luta política continua — Midgard terá de enfrentar uma reforma nada pacífica.
Mas por amor tudo é possível.
✔ PONTOS FORTES
- Conclusão Satisfatória: O livro entrega um desfecho emocionante para a maioria dos arcos, especialmente para Bryce e Hunt, cuja jornada chega a um clímax digno de suas trajetórias.
- Crossover bem-executado.
- Diferente dos volumes anteriores, este livro começa com ação desde as primeiras páginas, mantendo a tensão até o final.
- Ruhn e Lidia roubam a cena em vários momentos, com um romance intenso e cheio de obstáculos. Hypaxia, Tharion e Ithan também têm momentos de destaque.
- A mitologia dos Asteri, dos Príncipes do Inferno e dos mundos conectados é aprofundada, respondendo perguntas deixadas nos livros anteriores.
✖ PONTOS FRACOS
- Excesso de conveniências narrativas: Algumas soluções para conflitos parecem surgir do nada (poderes novos, aliados inesperados), diminuindo o impacto de certas cenas.
- Finais apressados e desleixados: Enquanto alguns personagens têm conclusões perfeitas (Bryce, Hunt, Ruhn), outros (como Tharion e Hypaxia) parecem ter arcos apressados.
- Apesar da guerra épica, poucos personagens importantes morrem, o que reduz um pouco o peso e o impacto do conflito.
Casa de Chama e Sombra é uma conclusão digna para a trilogia Crescent City, entregando batalhas épicas, reviravoltas emocionantes e finais satisfatórios para a maioria dos personagens. No entanto, sofre com conveniências narrativas e alguns arcos secundários apressados.
Mas, ainda assim, é leitura obrigatória para fãs de Sarah J. Maas e para quem gosta de fantasia urbana com ação e romance.
Recomendado para:
✔ Fãs da autora que buscam o fechamento da saga; Amantes de crossovers entre universos fantásticos; Leitores que apreciam fantasia urbana cheia de ação e romance.
Evite se:
✖ Prefere histórias com finais mais duros e menos felizes; Não leu ACOTAR ou Trono de Vidro (há muitas referências e spoilers); Não gosta de obras com sexo ou violência explícita.
Fecho esta trilogia de 2.753 páginas que me permitiu viajar e aprender. Agora, conto os dias para o livro do Azriel.
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