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Resenha: O Rei Perverso - Holly Black
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O Rei Perverso - Holly Black
O Povo do Ar 2Avaliação: ★★★★☆ (4/5)Classificação: Jovem AdultoGênero: Fantasia, Romance, Intriga PolíticaAno: 2019 / Páginas: 322Editora: Galera Record
“Todo mundo pode trair todo mundo.” – a frase que ecoa como um aviso e guia a sequência sombria, traiçoeira e fascinante da trilogia O Povo do Ar.
A rainha da Corte Submarina exige que Cardan se case com sua filha, Nicasia, para firmar uma aliança política. Recusá-la pode significar a guerra e a destruição de Elfhame. Entre conspirações, jogos de poder e traições inesperadas, Jude se vê capturada e humilhada como prisioneira da Corte Submarina.
Narrado em primeira pessoa por Jude, o leitor acompanha seus dilemas internos, sua sede por poder e suas inseguranças. Essa perspectiva intensifica a tensão e torna as traições ainda mais impactantes.
Universo e Ambientação
O universo feérico criado por Holly Black continua fascinante, com destaque para a Corte Submarina, descrita como um ambiente hostil, misterioso e sufocante. Essa ambientação reforça a sensação de perigo e instabilidade política que domina a trama.
Personagens
Jude Duarte continua sendo uma protagonista determinada e astuta, mas que agora enfrenta as consequências de seus próprios jogos políticos. Sua vulnerabilidade no cativeiro mostra um lado humano que contrasta com sua frieza calculista.
Cardan Greenbriar evolui significativamente neste volume. O rei antes despreocupado começa a mostrar sinais de maturidade, mesmo mantendo sua natureza enigmática e provocadora.
Madoc: estrategista implacável, mantém suas próprias ambições e manipulações, colocando Jude em dilemas difíceis.
Nicasia: filha da rainha do mar, rival de Jude e peça-chave na intriga política.
Oak: ainda jovem, mas símbolo de esperança para o futuro do trono.
O livro explora poder, manipulação, confiança, traição e a tênue linha entre amor e ódio. A frase “todo mundo pode trair todo mundo” é praticamente o manifesto da narrativa, mostrando que em Elfhame não existe lealdade absoluta.
Estilo de Escrita
Holly Black mantém sua prosa afiada, sombria e envolvente, com capítulos que terminam em suspense, deixando o leitor ansioso pelo próximo passo. O ritmo é dinâmico, com reviravoltas bem dosadas.
A leitura desperta indignação, surpresa e até frustração diante das escolhas dos personagens. O relacionamento entre Jude e Cardan é carregado de tensão: ódio, paixão e desejo se entrelaçam, criando uma química viciante.
Embora utilize elementos típicos da fantasia de corte e intriga política, Holly Black se destaca por criar um romance político-feérico singular, onde os protagonistas estão sempre divididos entre trair ou confiar.
A resenha original já trouxe uma boa comparação: o cativeiro de Jude lembra Mare em A Prisão do Rei (A Rainha Vermelha #2). Essa semelhança reforça a universalidade do tema da traição e da humilhação como virada dramática em narrativas de fantasia YA.
Público-Alvo e Propósito
Indicado para leitores que gostam de fantasia política com romance, intrigas, traições e protagonistas moralmente ambíguos. O propósito é entreter, mas também provocar reflexões sobre poder e confiança.
VERDITO
O Rei Perverso mantém o nível intenso da série, com uma narrativa cheia de reviravoltas e traições que deixam o leitor preso até a última página. O desenvolvimento de Cardan foi um dos pontos mais surpreendentes, assim como a construção da relação com Jude — cheia de contradições e emoção.
O ponto alto, para mim, foi o final impactante, que me deixou indignada, mas ao mesmo tempo ansiosa pelo próximo volume. O lado negativo é que algumas situações se resolvem rápido demais, sem a profundidade que poderiam ter.
Ainda assim, Holly Black mostra mais uma vez que domina a arte da surpresa e da intriga.
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