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10 anos de leitura: uma década viajando entre páginas e mundos

10 anos de leitura: uma década viajando entre páginas e mundos 10 anos! Como assim já fazem dez anos que eu sou leitora? Parece que foi ontem que abri meu primeiro livro (o que me encantou) e senti aquela sensação que só quem ama ler entende ao estar prestes a atravessar uma portal para outro universo. Dez anos de palavras que me curaram, me transformaram e me ensinaram a ver o mundo com outros olhos. Foram histórias que se tornaram abrigo, personagens que viraram amigos e finais que deixaram marcas que o tempo não apaga. A leitura me mostrou que viver é muito mais do que o que cabe na realidade, é também o que mora nas páginas que ousamos abrir. É se perder em reinos mágicos, chorar por amores impossíveis, rir de diálogos que parecem escritos só pra você. É encontrar nas palavras o que muitas vezes o silêncio não consegue dizer.  A leitura conecta leitores. Você se conecta com pessoas que nunca viu, mas só pelo fato de termos lido o mesmo livro, é possível conversar como se se con...

Resenha: O Rei Perverso - Holly Black

O Rei Perverso - Holly Black

O Povo do Ar 2
Avaliação: ★★★★☆ (4/5)
Classificação: Jovem Adulto
Gênero: Fantasia, Romance, Intriga Política
Ano: 2019 / Páginas: 322
Editora: Galera Record

Todo mundo pode trair todo mundo.” – a frase que ecoa como um aviso e guia a sequência sombria, traiçoeira e fascinante da trilogia O Povo do Ar.

Após os eventos de O Príncipe Cruel, Jude Duarte continua com seu plano ousado: manter Cardan no trono de Elfhame, manipulando-o quando necessário, até que Oak esteja pronto para governar. Porém, novas ameaças surgem.

A rainha da Corte Submarina exige que Cardan se case com sua filha, Nicasia, para firmar uma aliança política. Recusá-la pode significar a guerra e a destruição de Elfhame. Entre conspirações, jogos de poder e traições inesperadas, Jude se vê capturada e humilhada como prisioneira da Corte Submarina.

Narrado em primeira pessoa por Jude, o leitor acompanha seus dilemas internos, sua sede por poder e suas inseguranças. Essa perspectiva intensifica a tensão e torna as traições ainda mais impactantes.

Universo e Ambientação

O universo feérico criado por Holly Black continua fascinante, com destaque para a Corte Submarina, descrita como um ambiente hostil, misterioso e sufocante. Essa ambientação reforça a sensação de perigo e instabilidade política que domina a trama.

Personagens

Jude Duarte continua sendo uma protagonista determinada e astuta, mas que agora enfrenta as consequências de seus próprios jogos políticos. Sua vulnerabilidade no cativeiro mostra um lado humano que contrasta com sua frieza calculista.

Cardan Greenbriar evolui significativamente neste volume. O rei antes despreocupado começa a mostrar sinais de maturidade, mesmo mantendo sua natureza enigmática e provocadora.

Madoc: estrategista implacável, mantém suas próprias ambições e manipulações, colocando Jude em dilemas difíceis.

Nicasia: filha da rainha do mar, rival de Jude e peça-chave na intriga política.

Oak: ainda jovem, mas símbolo de esperança para o futuro do trono.

O livro explora poder, manipulação, confiança, traição e a tênue linha entre amor e ódio. A frase “todo mundo pode trair todo mundo” é praticamente o manifesto da narrativa, mostrando que em Elfhame não existe lealdade absoluta.

Estilo de Escrita

Holly Black mantém sua prosa afiada, sombria e envolvente, com capítulos que terminam em suspense, deixando o leitor ansioso pelo próximo passo. O ritmo é dinâmico, com reviravoltas bem dosadas.

A leitura desperta indignação, surpresa e até frustração diante das escolhas dos personagens. O relacionamento entre Jude e Cardan é carregado de tensão: ódio, paixão e desejo se entrelaçam, criando uma química viciante.

Embora utilize elementos típicos da fantasia de corte e intriga política, Holly Black se destaca por criar um romance político-feérico singular, onde os protagonistas estão sempre divididos entre trair ou confiar.

A resenha original já trouxe uma boa comparação: o cativeiro de Jude lembra Mare em A Prisão do Rei (A Rainha Vermelha #2). Essa semelhança reforça a universalidade do tema da traição e da humilhação como virada dramática em narrativas de fantasia YA.

Público-Alvo e Propósito

Indicado para leitores que gostam de fantasia política com romance, intrigas, traições e protagonistas moralmente ambíguos. O propósito é entreter, mas também provocar reflexões sobre poder e confiança.

VERDITO

O Rei Perverso mantém o nível intenso da série, com uma narrativa cheia de reviravoltas e traições que deixam o leitor preso até a última página. O desenvolvimento de Cardan foi um dos pontos mais surpreendentes, assim como a construção da relação com Jude — cheia de contradições e emoção.

O ponto alto, para mim, foi o final impactante, que me deixou indignada, mas ao mesmo tempo ansiosa pelo próximo volume. O lado negativo é que algumas situações se resolvem rápido demais, sem a profundidade que poderiam ter.

Ainda assim, Holly Black mostra mais uma vez que domina a arte da surpresa e da intriga.

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