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10 anos de leitura: uma década viajando entre páginas e mundos

10 anos de leitura: uma década viajando entre páginas e mundos 10 anos! Como assim já fazem dez anos que eu sou leitora? Parece que foi ontem que abri meu primeiro livro (o que me encantou) e senti aquela sensação que só quem ama ler entende ao estar prestes a atravessar uma portal para outro universo. Dez anos de palavras que me curaram, me transformaram e me ensinaram a ver o mundo com outros olhos. Foram histórias que se tornaram abrigo, personagens que viraram amigos e finais que deixaram marcas que o tempo não apaga. A leitura me mostrou que viver é muito mais do que o que cabe na realidade, é também o que mora nas páginas que ousamos abrir. É se perder em reinos mágicos, chorar por amores impossíveis, rir de diálogos que parecem escritos só pra você. É encontrar nas palavras o que muitas vezes o silêncio não consegue dizer.  A leitura conecta leitores. Você se conecta com pessoas que nunca viu, mas só pelo fato de termos lido o mesmo livro, é possível conversar como se se con...

Resenha: A Maldição do Verdadeiro Amor


 A Maldição do Verdadeiro Amor - Stephanie Garber

Avaliação: ★★☆☆☆ (2.0)
Classificação: Young Adult (YA)
Gênero: Romance
Ano: 2023 / Páginas: 336
Editora: Gutenberg

A maldição será quebrada e os segredos revelados, mas será que o preço do "felizes para sempre" vale a jornada de três livros?
Resenha: A Maldição do Verdadeiro Amor - Viajante Literária

Por fim chegamos ao volume que vai fechar a trilogia Era Uma Vez Um Coração Partido, o desfecho que prometia quebrar maldições, revelar segredos e entregar o tão sonhado "felizes para sempre". Mas e se a maior maldição não estivesse no livro, mas na jornada até o seu final? Em A Maldição do Verdadeiro Amor, Stephanie Garber amarra as pontas de uma história que dividiu opiniões, e infelizmente, a corda usada pode não ter sido forte o suficiente para sustentar o peso de três livros de expectativa. Prepare-se para uma análise sincera deste último ato – uma resenha escrita para quem amou, odiou ou, como eu, terminou a saga com um profundo suspiro de "e foi só isso?".

UNIVERSO & AMBIENTAÇÃO

O mundo fantástico continua alocado no Magnifico Norte, sendo novamente pouco abordado, porem com o Arco de Valorosa aberto a família Vale (Valor) irar dar um foco no Vilarejo do Arvoredo da Alegria que tinha sido destruído no passado.

PERSONAGENS & DESENVOLVIMENTO

A evolução dos personagens, tão aguardada neste ultimo volume, é decepcionante.

Evangeline tem suas memórias roubadas — uma escolha narrativa que, infelizmente, transmite a sensação de desleixo criativo. Como a personagem já não havia evoluído significativamente nos dois volumes anteriores, apagar um ano de suas lembranças a coloca em um patamar ainda mais frágil e estagnado. Nesse volume ela ainda continua com mesma essência(ingênua, impulsiva, sem nenhum senso de autopreservação), porem tem mais atitude.

Jacks continua sendo um quebra-cabeça, mas não do tipo intrigante e misterioso: é aquele com peças faltando. O que ele realmente deseja? Por que ele não enfrenta seus medos e inseguranças? Sua redenção e motivações finais não soam convincentes no livro anterior, já que a série não construiu uma base sólida para sua transformação. Aprendemos muito sobre seu passado, mas não sabemos muito sobre a maldição que ele carrega.

Apollo — agora curado da maldição — decide derrotar Jacks a qualquer custo. Já não era um personagem querido, mas aqui se torna verdadeiramente insuportável, e pior: ganha cerca de dez capítulos como narrador, que soam como uma tortura para o leitor.

Já os secundários  continuam subutilizados, servindo como meros instrumentos para a trama, sem arcos ou desfechos satisfatórios próprios.… Aurora surge como uma víbora substituta de Marisol; Marisol some sem explicação, ela nem mesmo é mencionada; Lala, Luc e Caos aparecem apenas para salvar o dia ou entregar mensagens quando convém. 

Lala, por exemplo, não tem um final definido, ficamos na espectativa que ela reencontre seu amado após séculos de espera, mas ficamos no escuro. E a revelação de que foi ela quem amaldiçoou Evangeline e Apollo — com a desculpa de “acelerar” a abertura do Arco de Valorosa — é tratada com frieza e segue sem consequências emocionais profundas.

TEMA & MENSAGENS

Os temas de amor verdadeiro vs. amor obsessivo e "o que é um final feliz" chegam a um ponto final superficial. A mensagem que prevalece é a que a trilogia parecia querer criticar: que o amor verdadeiro é uma força que supera tudo, incluindo a lógica, a magia, o destino e até as maldições. A complexidade desse tema poderia ter sido melhor explorada sendo o foco principal, mas é soterrada por um romantismo que beira o tóxico, sem uma crítica profunda além de vários acontecimentos aleatórios lançados na narrativa.

ESTILO E ESCRITA

O estilo de Garber atinge seu ápice da repetitividade. Os três volumes foram contruidos de forma idêntica. 

A principal diferença desse ultimo volume é que agora temos três pontos de vista diferentes. Evangeline, Apollo e Jacks são os narradores principais, o que deu uma equilibrada ára o ponto de vista limitado de terceira pessoa de Evangeline. mostra-se uma escolha narrativa fatal para o entendimento da história. O mistério em torno de Jacks é revelado com mais detalhes mais não o suficiente para criar um elo com o persogem.

O ritmo é notavelmente desequilibrado. Os 30 capilutos iniciais do livro são lentos, repletos de divagações, tentativas de assassinato e de uma confusão de acontecimentos sem fundamentos. A conclusão, é abrupta e apressada, e novamente muito esquisita. A leitura é dinâmica e fluida apesar de não ter uma narrativa coerente.

VEREDITO

O livro falha em entregar o impacto emocional que um final de trilogia exige. A resolução do romance central não é nada surpreenente, mas sim previsível, apressada e confusa. Não há cenas de sacrifício, crescimento ou revelação que ecoem após o fim da leitura. Terminei a trilogia e não sinto saudade desse mundo e nem dos  personagens. 

As referências a magia não evolui, continuei sem tendendo de onde ela vem se são apenas porções mágicas, árvores mágicas, portais mágicos e criaturas aleatórias que foram adicionadas sem propósito real como os dragoeszinhos, os vampiros que também foi uma coisa sem muito sentido (as vezes eu fica sem saber se a sociedade tinha conhecimento da existência deles ou não, muito confuso), os arcanos tem ou não poderes, as vezes Jacks consegue ler pensamento, manipular pessoas, desaparecer, mas em outros momentos de perigo não faz isso, por que?

Esta trilogia foi uma jornada de decepções crescentes, e A Maldição do Verdadeiro Amor não conseguiu resgatar os inúmeros problemas da construção desse universo, desenvolvimento de personagem e ritmo que persistiram desde o início. 

Ler este livro foi uma tarefa árdua (serio, eu me esforcei), fui movida mais pelo compromisso de ver o desfecho final. E claro, tive esperanças de compreender melhor Jacks e suas motivações, mas até a evolução dele foi frustrante. 

Não li Caraval, e, depois dessa experiência, não planejo ler. A escrita de Garber, embora visualmente rica, não conseguiu me prender, e confesso não entender todo o hype...

Indico apenas para fãs fervorosos que não se importam com furos narrativos; para os demais, sugiro poupar tempo e dinheiro.

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