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Resenha: Estilhaça-me - Tahereh Mafi
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Estilhaça-me
- Tahereh Mafi
Estilhaça-me
1
Avaliação: ★★★☆☆ (3/5)
Classificação:
Infanto-juvenil + 12
Gênero:
Romance, Ficção, Literatura Estrangeira
Ano: 2012 /
Páginas: 352 / Editora: Universo dos Livros
E se o seu toque fosse uma arma?
“Meu toque
é letal. Meu toque é poder. Meu toque é maldição.”
Juliette
Ferrars vive em um mundo onde não pode tocar ninguém. Seu toque, literalmente, mata.
Abandonada pelos pais, desacreditada por todos, ela carrega o peso de ser
considerada uma aberração desde a infância. E agora está presa em um manicômio.
Há 264 dias.
Sem contato humano, sem janelas, sem esperança. Tudo que lhe resta é a própria mente — instável, confusa, mas lúcida o suficiente para não perder de vez a sanidade. E um caderno. É nele que Juliette tenta encontrar algum tipo de controle, escrevendo compulsivamente seus pensamentos, riscando palavras como se pudesse apagar seus sentimentos sombrios e sua solidão.
Isolamento, medo... e a faísca de algo novo
A rotina muda
quando ela recebe um colega de cela. Adam Kent. Um garoto
aparentemente calmo, gentil — mas que desperta nela algo entre o medo e a
familiaridade. Ela o conhece. E aos poucos, a presença dele quebra as paredes
emocionais que ela construiu. Literalmente.
O mundo lá fora está ruindo. O meio ambiente entrou em colapso, o caos domina as cidades e o chamado Restabelecimento, uma força político-militar, tomou o poder prometendo ordem, mas entregando opressão. E é para lá que Juliette será levada.
Warner: o vilão que não é só vilão
É nesse ponto
que conhecemos Aaron Warner, um comandante jovem e ambicioso, com olhos
intensos e uma obsessão perigosa pelos poderes de Juliette. E aqui o
livro brilha.
Enquanto Adam parece seguir o padrão do mocinho típico — corajoso, protetor, previsível —, Warner surge como um antagonista magnético, complexo e cheio de camadas. Sua relação com Juliette é tensa, instigante e cheia de subtextos. É impossível ignorar o fascínio que ele exerce (inclusive em nós, leitores).
Narrativa poética e perturbadora
O maior
destaque de Estilhaça-me é a escrita de Tahereh Mafi. Com um
estilo visceral, quase poético, a autora mergulha profundamente nos pensamentos
de Juliette. Frases riscadas, repetições, pausas, fluxo de consciência... tudo
isso nos coloca dentro da cabeça de uma personagem quebrada, vulnerável, mas
com uma força que ainda não sabe que possui.
A experiência de leitura pode até parecer caótica no início, mas logo se torna envolvente e única.
Apesar de a narrativa me prender completamente, confesso que o romance entre Juliette e Adam não me convenceu. Foi rápido demais, previsível e, por vezes, ofuscado pela construção mais intensa que ocorre entre ela e Warner. Talvez por isso muitos leitores acabem divididos entre #TeamAdam e #TeamWarner.
Juliette, por outro lado, é uma protagonista que evolui. Sua transformação emocional e psicológica é uma jornada que promete muito nos próximos volumes.
A trilogia virou saga, se você se apaixonar por Estilhaça-me, prepare-se: a história cresce muito depois do primeiro volume. Abaixo está a ordem completa da série, incluindo os contos.
Ordem de Leitura:
- Estilhaça-me
- Destrua-me (1.5)
- Liberta-me
- Fragmenta-me (2.5)
- Incendeia-me
- Restaura-me
- Shadow Me
- Defy Me
- Reveal Me
- Imagine Me
Estilhaça-me é mais do que uma distopia/fantasia adolescente com poderes especiais. É uma reflexão sobre isolamento, dor, poder e aceitação. Com uma narrativa intensa e uma protagonista marcante, Tahereh Mafi entrega um início promissor de uma saga que só melhora com o tempo.
Você já leu esse livro? Qual foi sua impressão sobre Juliette, Adam e Warner? Me conta aqui nos comentários, quero saber se você também ficou dividida entre amor e ódio por um certo “vilão”.
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